Pacientes com dores pélvicas crônicas que mostram resultados clínicos negativos no peritônio na laparoscopia podem ter endometriose oculta
Um estudo realizado no Centro Médico da Universidade de Rochester em Nova York, EUA, mostrou que das 142 pacientes que realizaram o exame de laparoscópica para avaliação de dor crônica pélvica, com resultado clínico de peritônio aparentemente negativo, 39% tem endometriose oculta.
O nível de cólicas menstruais foi maior no grupo negativo para exame, de acordo com os ginecologistas, isto se deve ao fato de pacientes sem endometriose microscópica oculta terem maior incidência de dismenorreia ou adenomiose primária e sua dor ser mais provável do próprio útero.
As descobertas feitas foram apresentadas esse mês no International Journal of Gynecology & Obstetrics. A colaboração multidisciplinar para esse estudo foi feita pelos pesquisadores do St. Joseph’s Hospital and Medical Center in Phoenix, Arizona University of Rochester Medical Center in Rochester, New York, USA.
O autor principal Gubbels et al. avaliou a prevalência de endometriose microscópica através da análise retrospectiva de 865 pacientes submetidas à avaliação laparoscópica de cirurgiões ginecológicos treinados em dor pélvica crônica em um centro de referência comunitário de janeiro de 2011 à dezembro de 2016.
Os três ginecologistas treinados no centro comunitário de referência realizaram as operações, por um período de seis anos analisando dados de mulheres submetidas à laparoscopia devido à dor pélvica crônica, foi observada desde a primeira menstruação da mulher, a dor durante os diferentes momentos do período menstrual. A duração dos sintomas não variou entre os diferentes grupos.
Identificou-se, que se o fato de encontrar endometriose microscópica oculta é realmente o motivo da dor no grupo positivo para biópsia, e isso não é bem conhecido. É aconselhado o tratamento da dor com antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivantes, particularmente em casos que não respondem à supressão hormonal.
Não foram identificadas diferenças nos seguintes quesitos: o primeiro fluxo menstrual, dor durante diferentes momentos do ciclo menstrual ou duração dos sintomas. O grupo com resultados positivos no exame era mais jovem no momento da avaliação.
Nem os resultados do exame nem as características menstruais ou de dor foram afetados pelo uso atual de hormônios. Nenhuma diferença significativa foi observada entre os casos robóticos e laparoscópicos. A morbidade devido à operação foi mínima.
Através desse estudo adverte-se que exames peritoneais devem ser feitas em todos os pacientes submetidos à laparoscopia por motivos de dores pélvicas, que não apresentam endometriose visível.
O resultado negativo em um exame não confirma a ausência de endometriose em um paciente.
Fontes:
https://www.endonews.com/occult-microscopic-endometriosis-in-clinically-negative-peritoneum
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32644227/
Artigos livremente traduzidos por Maira Cruz, voluntária administrativa da Amo Acalentar e graduanda em Secretariado Executivo e editado por Willian Cesar, voluntário de comunicação da Amo Acalentar e graduando em Jornalismo.