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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Endometriose no apêndice





A Endometriose é definida como o crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero. Isso geralmente ocorre dentro ou ao redor dos órgãos reprodutivos. No entanto, em casos raros, a doença pode se espalhar para a bexiga, rins, pulmões e/ou intestinos, incluindo o apêndice.


Não se sabe o quão comum é a endometriose no apêndice, e há uma grande variação na taxa de diagnósticos de endometriose apendicular com números que variam de 1 a 22%.


A causa exata da endometriose não é conhecida e também não se sabe por que a doença às vezes se espalha para outras áreas, como rins, diafragma ou apêndice. Uma hipótese é a menstruação retrógrada, em que o sangue menstrual transportando detritos endometriais em vez de sair do útero e ser eliminado pela vagina, segue em direção às trompas de Falópio, e subsequentemente implantando-se e formando as lesões.


A teoria da metaplasia celômica sugere que a cavidade peritoneal - ou o espaço dentro do abdômen que contém intestinos, estômago e fígado - abriga células progenitoras ou células capazes de se metaplasiarem em endométrio, surgindo os focos de endometriose.


A teoria da indução indica que o endométrio, ou revestimento uterino que é eliminado durante a menstruação, produz substâncias para formar endometriose.

E a teoria imunológica aponta que alterações no sistema imunológico permitem que as células endometriais cresçam fora do útero.


A endometriose apendicular pode causar sintomas que se assemelham aos sintomas da apendicite aguda, da qual incluem uma dor repentina que começa no lado direito do abdome inferior e que piora com o movimento, provocando perda de apetite, náusea, vômito, inchaço abdominal, constipação ou diarreia e febre. No entanto, diferentemente da apendicite aguda, a endometriose localizada no apêndice geralmente causa dor que acompanha o ciclo menstrual.


Pacientes com endometriose apendicular podem ser divididos em quatro grupos, dependendo de seus sintomas eles podem apresentar: os sintomas de apendicite aguda, invaginações apendiculares, cólica abdominal, náusea e melena/ ou fezes pretas, sem sintomas.


É difícil diagnosticar a endometriose localizada no apêndice porque os sintomas são muito semelhantes aos da apendicite aguda. Uma das ferramentas mais importantes para o diagnóstico de endometriose no apêndice é o exame físico. No entanto, exames de imagem como tomografias computadorizadas também podem ajudar a diagnosticar a condição. O método mais seguro para um diagnóstico definitivo, no entanto, é a cirurgia laparoscópica.


É muito importante que a endometriose no apêndice seja diagnosticada precocemente para que a doença possa ser tratada adequadamente. Se não tratada, a endometriose apendicular pode levar a sangramento ou perfuração no intestino e obstrução do intestino.

Uma apendicectomia (a remoção cirúrgica do apêndice) é a melhor maneira de tratar a endometriose apendicular. Em casos mais graves, uma ileocolectomia (a remoção cirúrgica do íleo, uma parte do intestino delgado) ou hemicolectomia (a remoção de um segmento do cólon - intestino grosso) pode ser necessária.


Atualmente, um ensaio clínico intervencionista (NCT01921634) está recrutando cerca de 100 participantes no Centro Médico Penn State Milton S. Hershey, nos EUA, para avaliar se a incidência de endometriose apendicular está relacionada ao método de análise patológica.

A taxa de diagnósticos em endometriose apendicular varia muito, entre 1% a 22%. Os pesquisadores levantam a hipótese de que a maneira como a amostra é analisada poderia explicar parcialmente essa grande disparidade. Este ensaio clínico investigará como o método de análise patológica influencia a incidência de endometriose apendicular.

Mulheres de 18 a 51 anos de idade que tiveram seu apêndice removido no momento da laparoscopia para tratar a endometriose e/ou dor pélvica são elegíveis para participar do estudo.


Por Tamer Seckin, MD Cirurgiã em excisão de endometriose (remoção da lesão)/ Centro de Endometriose Seckin (SEC), Especialista em endometriose com localização no apêndice.


Fonte: https://www.drseckin.com/endometriosis-of-the-appendix


Artigos livremente traduzidos por Vanessa Souza, voluntária de comunicação da Amo Acalentar e pós-graduanda em ADM e Comunicação Institucional