quinta-feira, 17 de setembro de 2020
terça-feira, 15 de setembro de 2020
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
10 de setembro: Dia Mundial da Prenvenção do Suicídio
sexta-feira, 4 de setembro de 2020
Expressão do receptor de células natural killer(ou células natural NK) na endometriose
O que os sinais das células natural killer revelam sobre a endometriose?
Principais observações:
Alterações na expressão de receptores ativadores
de células natural killer (NK) sugerem que a endometriose pode estar
relacionada a alterações no sistema imunológico local. Alterações na expressão
dos receptores das células natural killer (NK) e seus ligantes podem auxiliar
no melhor entendimento da patogênese da endometriose, tendo portanto impacto na
terapia.
Esse estudo científico foi feito com mulheres
portadoras de endometriose ovariana e que portanto participaram dos controles
científicos.
A expressão de receptores de células citotóxicas
naturais e NKG2D, um receptor transmembranar em células NK naturais, foram
examinados no sangue periférico, fluido peritoneal e em células endometriais.
As células endometriais foram coletadas do
endométrio eutópico de pacientes com e sem endometriose e de tecidos
endometrióticos.
No sangue periférico, a expressão de receptores
de células citotóxicas nas células NK da endometriose foram reduzidas e a
expressão de NKp46 foram aumentadas, na comparação dos controles científicos.
O ligante para NKG2D, expressão da proteína
ULBP-2 nas células endometriais eutópicas da endometriose foi inferior à
expressão nas células endometriais ectópicas da endometriose e nas células
endometriais eutópicas do controle científico.
Outro ligante, a expressão de ULBP-3 em células
endometriais ectópicas foi menor do que nas células endometriais eutópicas com
ou sem endometriose.
O estudo é limitado pelo pequeno número de
amostras estudadas e marcadores de superfície usados para identificar as
células NK.
Resumo dos resultados:
Cada vez mais, os estudos relatam que a
patogênese da endometriose está relacionada a defeitos nas funções
imunológicas. Os dados também apontam para a função prejudicada das células
natural killer (NK), levando a uma menor atividade das células NK citotóxicas
na endometriose. Semelhante aos linfócitos B e T, as células NK geralmente
desempenham uma função crucial na imunidade humana, pois representam a terceira
maior população de linfócitos no sangue periférico. Para identificar as células
NK, os pesquisadores usaram a expressão positiva de marcadores de superfície.
Em um ambiente normal, as células NK funcionam como efetoras, produtoras de
citocinas e reguladores em potencial na imunidade adaptativa. Portanto, a
compreensão de como as células NK são ativadas / inibidas é crucial para a
patogênese da endometriose. Esse processo é realizado por um conjunto de
receptores ativadores ou inibitórios nas células NK.
Para identificar seus alvos, as células NK usam
receptores para interações de ligantes. NKG2D é um receptor transmembranar em
células NK e se liga especificamente a ligantes de proteínas de ligação a UL16
(ULBPs). Apesar da redução da atividade das células NK na endometriose, não
está claro como os receptores ativadores nas células NK são alterados.
O artigo atual publicado no
"JournalofReproductiveImmunology" por Xu et al. da Escola de Medicina
da Universidade Jiaotong de Xangai, na China, investigou a expressão de NCRs e
NKG2D em células NK no sangue periférico, fluido peritoneal e em células
endometriais de mulheres com endometriose pélvica.
O estudo recrutou 20 pacientes com endometriose
ovariana que se submeteram a uma cirurgia laparoscópica ou laparotomia para
endometriose. O grupo incluiu 2 pacientes no estágio II, 6 no estágio III e 12
no estágio IV da endometriose. Não houve diferença significativa na expressão
de NCRs e NKG2D em células NK do sangue periférico entre os grupos de
endometriose do controle científico. No entanto, a expressão de NKp30 e NKG2D
em células NK derivadas do fluido peritoneal em mulheres com endometriose foi
reduzida em comparação do controle científico. Em contraste, a expressão de
NKp46 foi maior do que no controle. Além disso, a expressão de ULBP-2 foi menor
no endométrio eutópico da endometriose em comparação com o endométrio eutópico
normal. A expressão de ULBP-3 também foi menor no endométrio ectópico do que no
endométrio eutópico.
A diferença na expressão do receptor das células
NK no fluido peritoneal, mas não no sangue periférico, sugere que a
endometriose é potencialmente um resultado da desregulação local do sistema
imunológico. Alterações na expressão de ligantes NKG2D e respostas imunes
mediadas por NKG2D são uma característica potencial de doenças autoimunes e
sugerem uma ligação mais estreita entre endometriose e distúrbios autoimunes.
Finalmente, alterações em células NK ativando
receptores ou respostas de ligantes podem fornecer novas abordagens
imunoterapêuticas para endometriose, melhorando a vigilância imunológica.
Fonte: https://www.endonews.com/natural-killer-cells-receptor-expression-in-endometriosis
Artigos livremente traduzidos por Vanessa Souza, voluntária de comunicação da Amo Acalentar e pós graduanda em Comunicação Institucional.
terça-feira, 1 de setembro de 2020
Qual a relação entre endometriose e exercício físico?
Confira uma entrevista com Renata Carlini, educadora física e portadora de endometriose
De acordo com o Ministério da Saúde, a endometriose é "uma doença crônica provocada pela migração do tecido que reveste a cavidade uterina, o endométrio, para outras partes do corpo, principalmente para o abdome, além de ovário, ligamentos uterinos, bexiga e intestino.” Uma em cada dez mulheres brasileiras têm a doença.
Após o diagnóstico, algumas opções de tratamento são medicamentos que suspendem a menstruação ou que reduzem as dores, além de cirurgias. Outra recomendação dos especialistas é manter uma alimentação saudável e praticar exercícios, o que pode ajudar no controle da dor. Mas até que ponto a atividade física influencia no tratamento da endometriose?
Para discutir o assunto e celebrar o Dia do Educador Físico, comemorado hoje (01/09), conversamos com a educadora física e portadora de endometriose Renata Carlini (37). Confira a entrevista:
AMO Acalentar: Renata, qual a sua história com a endometriose?
Renata Carlini: hoje está controlada, no nível 1, então eu não sofro nada. Mas eu já cheguei no nível 4, segundo o meu médico. Meu ciclo menstrual sempre foi normal, zero cólica. Quando eu estava com 25 ou 26 anos, eu comecei a ter muita cólica. E não era normal: a cada ciclo menstrual aumentava. E aí eu comecei a investigar: comecei a marcar ginecologistas, fazer exames e nunca dava nada. Demorou mais de um ano para eu descobrir o que eu realmente tinha e neste tempo a coisa foi se agravando.
Eu cheguei a fazer uma cirurgia com um ginecologista que me examinou, por videolaparoscopia, e não fez muita coisa, porque continuaram as dores. Aí eu fiz uma cirurgia com outro médico que deu uma melhorada, mas as dores continuavam. Então eu comecei a tomar pílula direto para que eu não menstruasse. Melhorou, mas depois de um certo tempo…
Então, eu descobri um médico, por uma amiga, especialista em endometriose. Ele começou a fazer vários exames e diagnosticou, pela ressonância magnética, que eu já estava em um nível bem avançado da endometriose. Ele falou: “Renata, pelo que a gente vê aqui no exame, a coisa tá bem feia e vamos precisar operar, fazer uma boa raspagem”. Resumo da obra: em 2015, eu fiz uma grande cirurgia, uma boa “limpeza”. Foram retirados 12 cm do meu intestino, porque estava completamente comprometido. Hoje eu faço uso de um remédio específico para endometriose, que não é uma pílula anticoncepcional. Eu não menstruo e, desde então, eu estou ótima. Eu não sinto dores, não sinto absolutamente nada. Minha vida é outra.
AA: Qual a relação da endometriose com o exercício físico?
RC: Tem muitas coisas benéficas. Durante toda essa caminhada, desde antes de eu descobrir o que tinha, eu identifiquei que o exercício físico é super importante e alimentação também influencia. O carboidrato, por exemplo, não é tão legal porque ele influencia bastante na questão inflamatória da endometriose, o açúcar também. E, em alguns casos, a lactose. Hoje, que eu tenho uma vida bem regrada em relação a exercício, eu vejo o quanto eu melhorei. Então, atividade física e alimentação ajudam muito no tratamento da endometriose.
AA: Renata, nesse período em que você estava com endometriose profunda, você conseguia fazer exercício físico?
RC: Não. Na verdade eu fazia normal, e aí quando começava o período menstrual, era zero. Eu lembro, algumas vezes, que eu pegava o carro para ir dar aula numa academia e aí durante o trânsito eu começava a sentir a cólica e às vezes eu tinha que encostar o carro, me comprimir e esperar passar aquela crise. Aí eu respirava fundo e dava a aula. Agora, treino, eu particularmente não conseguia.
AA: O ideal é a pessoa fazer o exercício com uma certa regularidade, porque na época de muita dor não tem como, certo?
RC: Sim. Mas hoje, como está mais controlada, é outro quadro. Hoje, a atividade me ajuda. Tanto que o meu médico também falou: “Renata, mantenha sempre a atividade física porque isso vai ajudar” com relação aos hormônios. Te ajuda muito a controlar a endometriose, realmente. Minha vida é outra.
AA: Você acha, que, de certa forma, o exercício diminui a dor?
RC: Sim, eu acho. Porque quando você pratica atividade física, você gera uma série de hormônios. E, consequentemente, você vai querer se alimentar bem, é um casamento. Então isso ajuda muito, é muito benéfico.
AA: Renata, você tem alguma dica para quem esse quadro de endometriose, seja a profunda ou não, para conseguir se motivar a fazer atividade física?
RC: Minha dica, além de procurar um especialista, investigar, entender o quadro dela, em que nível que está, é disposição. É respirar fundo e falar: “eu vou treinar, eu vou fazer alguma coisa”. A atividade física tem que ser prazerosa. Porque aí, você faz com disposição, com animação. Isso transforma todo seu corpo, mente, espírito. Muda completamente. Então, minha dica é: faça mesmo, procure algo que te dê prazer. Caminhada, pilates, hidroginástica, musculação, aulas de ginástica., até luta. Porque vai gerar benefício e vai ajudar no quadro da endometriose, é certeza.
AA: Tem mais alguma informação que você acha importante falar sobre o assunto?
RC: Quando eu estava na época da endometriose bem “punk”, que eu sentia as cólicas, mexe muito com o emocional. Você fica mal, é uma cólica, te deixa para baixo, autoestima lá embaixo. Porque é todo mês! Por isso que atividade física é importante. Sem ter a endometriose, a atividade física já promove uma autoestima: a pessoa se sente melhor, dorme melhor, come melhor, enfim. Só tem a contribuir.
Artigo escrito por Giovanna Tedeschi, Voluntária de comunicação da Amo Acalentar e jornalista.