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Endometriose

        O que é endometriose?        

Endometriose é uma moléstia enigmática, chamada de mal dos tempos moderno, o que é uma mentira muito grande, ela vem desde os primórdios da criação, como relata a própria bíblia em Lucas 8:43:" E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada".
                   A endometriose é definida como a presença de mucosa normal endometrial (glândulas e estroma) anormalmente implantados em localizações diferentes da cavidade uterina. Este tecido, possuindo os mesmos receptores de esteróides como o endométrio normal, é capaz de responder ao meio cíclica hormonal normal. Hemorragia interna microscópica, com a resposta inflamatória subsequente, neovascularização e formação de fibrose, é responsável pelas consequências clínicas da doença. Esta condição é comum,muito mal compreendida, e extremamente debilitante, condição ginecológica benigna de comportamento malígno. O impacto psicológico da dor experimentada pelo paciente é agravada pelo impacto negativo da doença sobre a fertilidade e suas consequências como a incapacidade física para atividades simples do dia a dia, em muitos casos a portadora deixa de viver, deixa a vida passar a sua frente estando aprisionada em uma cama por anos a fio, e muito pior que isto, sabendo que a medicina não descobriu a cura. A endometriose é uma doença ginecológica que é frequentemente encontrado no departamento de emergência, bem como no regime de ambulatório.
                  Porque é enigmática, a endometriose pode apresentar-se como um desafio diagnóstico e terapêutico para médicos de emergência em sua abordagem do paciente com dor pélvica. No típico paciente, os implantes ectópicos estão localizados na pelve (ovários, trompas, vagina, colo do útero, ligamentos sacro ou no septo retovaginal, manifesta-se como dismenorréia intensa, dor pélvica crônica, ou infertilidade. Os mais incomuns locais de implantação (cicatrizes laparotomia, pleura, pulmão, diafragma, rim, baço, vesícula biliar, mucosa nasal, canal vertebral, estômago,podem ser responsáveis ​​por sintomas bizarros como hemoptise¹ cíclicas e apreensões catameniais², comum nos casos de endometriose toráxica.
                 A patogênese da endometriose tem sido explicada por diversas teorias que apontam para a multicausalidade, associando fatores genéticos, anormalidades imunológicas e disfunção endometrial. Conforme ciência: A teoria mais aceita para explicar o desenvolvimento da endometriose é a teoria da implanta­ção, descrita por Sampson, em 1927. De acordo com este autor, ocorreria o refluxo de tecido endometrial através das trompas de falópio durante a menstruação, com subseqüente implantação e crescimento no peritônio e ovário. Um estudo recente, confirmando a teoria de Sampson, verificou que a distribuição dos implantes endometrióticos é assimétrica e relacionada tanto com a anatomia abdo­minopélvica quanto com o fluxo do líquido peritoneal. Um dos aspectos discutidos a respeito dessa teoria é que, embora 70 a 90% das mulheres apresentem menstruação retrógrada, apenas uma minoria irá desenvolver a doença. Isso sugere que outros fatores – genéticos, hormonais ou ambientais – poderiam determinar uma maior suscetibi­lidade para desenvolver a doença. A expressão aumentada de genes envolvidos com o mecanismo de apoptose celular, como o c-fos, por exemplo, pode aumentar a sobrevida dessas células dentro da cavidade peritoneal que, intera­gindo com moléculas de adesão, irão se aderir à superfície peritoneal. A presença de quantidades elevadas de macrófagos no líquido peritoneal pode também estar associada à secreção de diversas citocinas, fatores de crescimento e de angiogênese, que culminarão na implantação e invasão desse tecido endometrial ectópico. (NACUL; SPRITZER, 2010) A etiologia e patofisiologia da endometriose não é bem compreendido, devido à falta de um modelo animal adequado para estudar em que as correlações anatômicas e história natural da doença. 
Não existe cura para a doença, embora a capacidade de resposta hormonal do implante pode ser explorado e fornece a justificativa para métodos atuais de tratamento médico. O tratamento é direcionado para a supressão médica, a excisão cirúrgica, e alívio dos sintomas.

 Endometriose ativa com pó vermelho e queima-aderências de cicatrizes de idade. 


                                         Cicatrizes devido à doença de velho e endometriose ativa.


Adenomiose é a invasão do miométrio por tecido endometrial.
1- Hemoptise é a expectoração sanguínea ou sanguinolenta através da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória.
2- DOENÇAS CATAMENIAIS. Catamênio é outro nome da menstruação. Doenças catameniais são aquelas causadas pela menstruação.
Endometriose torácica, segundo COSTA, 2008 A endometriose torácica é definida pela presença de tecido endometrial no pulmão ou pleura, e é caracterizada por hemoptise cíclico ou hemotórax ou pneumotórax recorrentes ocorrendo com a menstruação. Sendo uma entidade clínica rara, nem sempre é considerada no diagnóstico diferencial quando estes sintomas são avaliados. Os exames realizados durante o trabalho de diagnóstico freqüentemente mostram alterações inespecíficas, porém um diagnóstico presuntivo pode ser feito com base na história clínica típica. A chave para o diagnóstico são os sintomas catamenial/menstruação, portanto, uma história clínica minuciosa é essencial para alcançar prontamente o diagnóstico correto. A endometriose torácica manifesta -se clinicamente por sintomas de ocorrência cíclica geralmente nos dois primeiros dias da menstruação. Afeta mais frequentemente a pleura e o tecido pulmonar subpleural, manifestando-se como pneumotorax e hemotorax catameniais (73% e 14% dos casos, respectivamente). O pneumotorax associado à endometriose estima-se que represente 2,8 a 5,6% de todos os pneumotorax espontâneos nas mulheres. Mais raramente, a doença ocorre exclusivamente a nível intrapulmonar, manifestando-se por hemoptises catameniais (7% dos casos) ou nódulos pulmonares assintomáticos (6%). A dor torácica e frequente, afetando 90% das doentes. A dispnéia e mais rara, sendo referida apenas num terço dos casos. A incidência das lesões pleurais e parenquimatosas, apesar de poderem ocorrer bilateralmente, parece serem mais frequentes do lado direito.
Referências: saber.com.br/resumo_artigo_65830/
pt.wikipedia.org/wiki/Hemoptise


Endometriose Adenomiose Infertilidade dor

Sintomas

Drauzio - Essas mulheres têm sintomas?
Maurício Abrão - A grande maioria têm dismenorréia, ou seja, cólica menstrual, o primeiro e mais importante sintoma. Muitas vezes, são cólicas intensas que incapacitam as mulheres de exercerem suas atividades habituais. A dor pode ainda manifestar-se durante a relação sexual, quando o pênis encosta no fundo da vagina. É o segundo sintoma. Além desses, podem estar presentes a dificuldade para engravidar e alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação. Nos casos mais avançados, a dor pode ocorrer também fora do período menstrual.  
     
Drauzio Muitas mulheres têm cólicas no período pré-menstrual. Como elas podem diferenciar uma dor por assim dizer normal nesse período da cólica própria da endometriose?
Maurício Abrão - Na verdade, não existe uma diferenciação muito clara porque há pacientes com endometriose e poucas cólicas durante a menstruação. Entretanto, o raciocínio é sempre orientar as mulheres para procurarem um médico quando tiverem cólicas com certa resistência a melhorar com remédios ou que as incapacite de exercer suas atividades normalmente. Cólicas exageradas são o principal sintoma de endometriose e levam à suspeita de que a doença esteja instalada.

Drauzio - Além das cólicas, o que mais faz suspeitar de que exista a doença?
Maurício Abrão - Dor na relação sexual, dificuldade para engravidar após uma ano de tentativas sem sucesso, alterações intestinais durante a menstruação como diarréia ou dor para evacuar, são sintomas que devem chamar a atenção para o diagnóstico de endometriose.



Diagnóstico

Drauzio - Todos esses são sintomas frustros que devem confundir as mulheres. Conseqüentemente, uma parcela significativa da população feminina pode demorar muito para ter a doença diagnosticada.
Maurício Abrão - Recentemente publicamos um trabalho numa revista internacional abordando o tempo que se demora para fazer o diagnóstico da doença. Para dar uma idéia, em 44% das mulheres com endometriose, o tempo de queixa é superior a cinco anos, o que mostra ser a doença subdiagnosticada em muitos casos. Hoje, felizmente, os médicos estão mais atentos e têm conseguido fazer diagnósticos mais precoces da doença.

Drauzio - Você acha que se justifica avaliar a possibilidade de endometriose em todas as mulheres que têm cólicas fortes durante a menstruação ou no período pré-menstrual?
Maurício Abrão A investigação clínica, a anamnese bem feita seguida de um exame físico adequado, o toque vaginal que permite verificar alguns aspectos característicos da doença, tudo isso faz parte do exame ginecológico normal e de rotina que não visa ao diagnóstico da doença em si, mas que pode funcionar como prevenção primária para a endometriose.

Drauzio - Na endometriose, sem considerar o histórico da paciente, o que faz você suspeitar da existência da doença quando faz o exame de toque?
Maurício Abrão - Hoje se sabe que a endometriose tem múltiplas faces e múltiplas possibilidades de tratamento. O exame ginecológico é o ponto de partida para estabelecer o raciocínio sobre a endometriose. Se a doença se assesta no ovário, o ginecologista pode perceber o aumento dos ovários pelo toque. Se acomete a região que fica entre o útero e o intestino, um tipo de endometriose que se chama endometriose profunda, o toque permite perceber espessamentos atrás do útero e dolorimentos quando o médico apalpa essa região. Quando a doença acomete o peritônio (tecido que reveste a cavidade abdominal), fica mais difícil estabelecer o diagnóstico pelo toque.

Drauzio - Quando, no toque ginecológico, aparecem sinais que sugerem a doença, como vocês confirmam o diagnóstico?
Maurício Abrão - Realizado o exame físico, parte-se para dois exames não invasivos que vão ampliar o raciocínio sobre a doença. O primeiro é um exame de imagem, o ultra-som transvaginal sempre que possível, para buscar imagens compatíveis com esse tipo de patologia, seja no acometimento dos ovários, seja na avaliação da doença profunda. Atualmente, está em fase final de realização um estudo que possibilita detectar alguns tipos de endometriose profunda por meio desse exame. A realização de um exame de sangue chamado CA125 para a identificação de um marcador ajuda a orientar o diagnóstico, principalmente da doença avançada, já que nos casos iniciais os níveis do CA125 não se elevam.

Drauzio - Na endometriose, algumas células escapam do endométrio e caem na cavidade abdominal onde formam pequenos focos desse tecido que são chamados de implantes. Quais são os pontos mais freqüentes que acometem?
Maurício Abrão - Acometem principalmente o ovário e os dois ligamentos uterossacros que ficam atrás do útero. Hoje se sabe que a doença profunda, motivo de grande preocupação entre os médicos, acomete essa região atrás do útero. Embora seja menos freqüente, é essencial fazer o seu diagnóstico precoce para alcançar sucesso terapêutico.

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